A parte preta do círculo é chamada de yin, que representa a negatividade, a passividade, a gentileza, a feminilidade, a lua e a escuridão ou à noite. A parte complementar (em branco) é yang, que representa a positividade, a atividade, a firmeza, a masculinidade, o sol e a luminosidade ou o dia. 

É um erro comum identificar este símbolo como dual, como se o yang fosse oposto ao yin. Se fizermos esta separação não alcançaremos a percepção do todo. Todas as coisas têm a sua parte complementar; o feminino é complementar ao masculino assim com a luz é complementar à escuridão. Um aspecto dessa existência não existe sem o outro, por isso no símbolo do Yin Yang existe um ponto preto na parte branca e um ponto branco na parte preta, que demonstra este equilíbrio. 

E assim é no kung fu a firmeza precisa ser equilibrada com a gentileza e eventualmente ser ocultada por ela. Quando os movimentos no yin yang chegam aos extremos inicia-se a reação, pois quando yang vai ao extremo se transforma em yin, e quando yin vai ao extremo transforma-se em yang. 

No kung fu deve-se trabalhar com harmonia a força do oponente e não contra ela, ou seja, quando um oponente o ataca você se preserva seguindo o seu movimento, sem esforço ou oposição, utilizando a sua própria energia na reação, que é o contra-ataque. Isto é chamado wu wai (ação espontânea). 

Quando um homem de kung fu finalmente entendeu a teoria yin yang ele não mais se preocupa com assim chamada “gentileza” ou “firmeza”, ele simplesmente faz o que o movimento do corpo exige que ele faça; ele age naturalmente. 

Fonte: Revista Super Dragão